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quarta-feira, maio 04, 2011

Confiança


Interessante nestes últimos dias o que tem acontecido comigo, e deve estar acontecendo também na sua vida:
Onde estão os amigos da sua época de fartura? Sumiram ? Desapareceram? Pegaram uma nave e foram para outro planeta? Ou será que você pegou uma doença contagiosa e nem sabe?
É assim mesmo! Você não está doente, nem eles foram para outro planeta, e que você não mais causa o interesse deles; essa é verdade!
Mais o mais interessante é que os buscamos, e eles até conversam, mas apenas por conversarem, mas no fundo, eles querem que a conversa acabe rápido e o telefone desligue para que assim se tornem livres, desde tormento que é você se tornou para eles.
Você se tornou um peso, um zero a esquerda, uma peça sem valor. Mas venho frisar "Que és uma jóia preciosa, de imenso valor, incomparável", quem pensa assim não é nunca será seu amigo!
Intrigante e ao mesmo deplorável é quem age assim, pois eu creio que tanto a minha situação, como a sua é passageira, pois se lutamos para reverter esta, logo logo, isto acabará.
E aos poucos estes que se afastaram, voltarão para te bajular e sugar o que de melhor tem na sua vida.

Caberá, tanto a mim como à você, discernir o joio do trigo, a ovelha do bode, pois nestes dias de sofrimento, surgiram os verdadeiros amigos, pessoas que não desistiram de falar, mesmo que fossem palavras duras, não desistiram de ouvir seu choro, seu lamento, não desistiram te acompanhar, não desistiram de te apoiar.

Não falo apoio financeiro, pois dinheiro não compra o ombro amigo, não compra o ouvido, não compra a cumplicidade e a união.

E eu digo que minha história e a sua mudará, e felizmente trará novas opções, novas perspectivas, e aqueles que não te apoiaram, infelizmente olharão de longe e verão que a sua vitória e a sua vida mudou, e verão que nada fizeram para isto, e aí virá a consciência de um dever não feito.

Eu me alegro que nestes dias, amigos mais chegados que irmãos surgiram, ouviram, apoiaram, falaram, andaram do lado, servindo de apoio.

Nossa vida mudará, nossa história mudará.

Insista!
Persista! 
Nunca desista!
 O IMPOSSÍVEL NÃO EXISTE, O QUE EXISTEM SÃO GRANDES OBSTÁCULOS, APENAS AGUARDANDO SEREM SUPERADOS!

Alex Nascimento



"Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.
O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda)."
Habacuque capítulo 3 versículos 17 em diante

terça-feira, março 01, 2011

Ainda assim vou orar

DANIEL 6:1-28 
Luiz César Nunes de Araujo
Certamente todos nós aqui sabemos do valor da . É por isso que oramos. No entanto não é um exercício espiritual fácil de ser praticado. Temos os inimigos da : o cansaço físico, o sono, a preguiça mental, a dificuldade de concentração, os sons do mundo, as tarefas cotidianas, a falta de fé no que Deus pode fazer, etc. Não é fácil reservar tempo para , mas é preciso fazê-lo.

O texto de Daniel 6 nos apresenta um homem acostumado à (v. 10). Por causa de sua comunhão com Deus e sua vida era íntegra (v. 4), e próspera (v. 2 e 3). A fim de derrotá-lo os seus inimigos resolveram atingi-lo no centro de sua força: na sua vida de . É preciso ver aqui a artimanha de Satanás, inimigo da . Ele sabe que a é a fonte de vigor espiritual dos filhos de Deus. Se o inimigo destruir a vida de de uma pessoa então ele não precisa fazer mais nada.

Se cada um de nós averiguar o tempo em que mais fracos estivemos espiritualmente; o tempo em que cedemos mais espaço ao pecado, concordaremos que foi em tempo de pouca ou nenhuma .

“Satanás balança o berço quando dormimos em nossas orações” – Joseph Hill.

Daniel entendeu, no entanto que mesmo que haja um imperativo para não orar; mesmo que orar signifique um sacrifício, Ele ainda assim iria orar. Nenhum homem é maior que a sua vida de e Daniel sabia disso.

Nós devemos orar mesmo que todas as forças, naturais e sobrenaturais, tentem nos desestimular. Ainda que com lutas devemos orar. Eis alguns motivos sugeridos pelo texto:

I – A ORAÇÃO NOS FAZ PESSOAS MELHORES

• Em Daniel havia um “espírito excelente” (v. 3).
• O nosso espírito se refina em contato com o espírito de Deus. Eles se comunicam:

“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16).

O Espírito Santo auxilia o nosso espírito em (Rm. 8:26).

Essa comunhão deliciosa de nossa alma com a luz molda o nosso caráter. Daniel era de uma vida lindíssima (v. 4).

e vida santa são uma coisa só… A ausência de uma significa a ausência de outra” E. M. Bounds.

fará o homem parar de pecar, ou o pecado o seduzirá a parar de orar” – John Bunyan.

“Abandone o quarto secreto, e sua vida entrará em declínie” – Isaac Watts.

“Quem ora bem vive bem”. – M. Lutero.

Que o nosso caráter, seja moldado pela constância em e não por fatores externos.

II – A ORAÇÃO NOS FAZ CONFIAR MAIS NO SENHOR

O verso 10 nos mostra que Daniel teme mais a Deus do que aos homens: ainda assim vou orar, dizia ele. Ele confia no Senhor. Os reinos passam, pensava Ele, mas o Senhor é eterno. 

Quem ora mais confia mais no Senhor, assim como vamos confiando mais em uma pessoa após um tempo gasto com ela. Não confiamos em estranhos, mas em amigos. À medida em que oramos criamos uma amizade com Deus e aprendemos a confiar Nele. Paulo dizia: 

“Porque eu sei em quem tenho crido” (2 Tm. 1:12). À medida em que oramos mais a nossa fé aumenta também. Em um tempo em que tem se tornado comum os crentes procurarem auxílio terapêutico em profissionais, devemos redescobrir o segredo de depositar aos pés de Cristo o nosso fardo. Jesus nos convida a ir a Ele primeiramente, não aos homens (Mt. 11:28-30).

“O tempo gasto de joelhos em fará mais para remediar as dores do coração e a tensão nervosa de que qualquer outra coisa” – George D. Stewart.

Devemos neste momento refletir também sobre a benção que é orar por outra pessoa. A intercessão ajuda-nos a confiar, conjuntamente, no Senhor.

Quem orar com mais intensidade e constância terá mais vitória sobre as preocupações comuns (Fl. 4:6, 7).

III – A ORAÇÃO ATRAI O PODER DE DEUS

Daniel, por causa de sua vida de , está agora na cova dos Leões. Ele está em perigo de morte e não pode fazer nada. Todo o seu esforço agora é em vão (v. 16, 17).

Em algum tempo Deus parece não ouvir a nossa . Ou então achamos que Ele está demorando demais para agir. Em nossa limitação não entendemos o modo de Deus agir. No entanto a história tem demonstrado que quando Deus, na sua soberania, quer agir, nada lhe é impossível. Ele enviou os seus anjos a fechar a boca dos leões. O que para o Rei era um a possibilidade (v. 20) para Daniel era uma realidade.

Vejo tanto simbolismo entre estes “leões” citados por Daniel e o nosso adversário que ruge como leão procurando alguém para tragar (1 Pe. 5:8). Deus ainda fecha a boca dos leões. 

Jesus é o mais valente (Lc. 11:22). Os anjos ainda estão em ação (Hb. 1:4). O nosso pecado é que impede que Deus opere mais milagres em nossa vida (Is. 59:2). A é uma porta aberta para a ação de Deus. “Deus governa o mundo por meio das orações dos santos” – Andrew Murray.

CONCLUSÃO – Ainda que com dificuldades, com lutas, com fraqueza, aprendamos a orar. 

Que a seja para nós um hábito diário. Que experimentemos o poder de Deus através deste canal que é a . Que nos identifiquemos com o Senhor Jesus, que preferia a às multidões (Mt. 14:22, 23), que dava o melhor do seu tempo para estar com Deus. Desliguemos o rádio, a TV, o computador, o celular, entremos no lugar secreto e mantenhamos uma comunhão com Deus. Há recompensas (Mt. 5:6).


Fonte:SERMÃO

Mantida condenação de prefeitura que não fornecia equipamentos de proteção individual

O trabalhador era funcionário do Município de Avaí, em São Paulo, desde 11 de julho de 2001 e, além de operador de máquinas (tratorista), também trabalhava com serra elétrica, esmeril, lixadeiras e furadeiras, desempenhando, ainda, a função de soldador e mecânico de caminhões, automóveis, trator e máquinas. Em 4 de fevereiro de 2005, enquanto manuseava o esmeril, sem o uso de nenhum tipo de equipamento de proteção, o que era a praxe no local de trabalho, o trabalhador se feriu, atingido por uma "faísca produzida pelo esmeril", o que lhe acarretou a perda da visão num dos olhos. Atualmente, ele se encontra na fila para transplante de córnea. Também sofre de redução da capacidade auditiva.

Em ação trabalhista na 1ª Vara do Trabalho de Bauru, o perito do juízo constatou e concluiu que, "em visita ao reclamado, verificou a falta de EPIs [equipamentos de proteção individual] de todos os tipos, com riscos de acidente muito nítidos". Além disso, o perito também constatou que "há risco físico (ruído), ergonômico, químico e de acidente nas atividades desenvolvidas pelo autor no reclamado". Portanto, concluiu "que existe nexo causal entre a atividade desenvolvida pelo reclamante e a lesão ocular, bem como há nexo com a lesão auditiva".

O município tentou se defender e, apesar das "provas produzidas, a comprovação da lesão ocular e auditiva por culpa do empregador, por omissão", a defesa do reclamado se baseou no argumento de que "em nenhum momento restou comprovado o alegado dano moral sofrido pelo reclamante, que não pode ser presumido". No entanto, para o relator do acórdão da 3ª Câmara do TRT da 15ª, desembargador Edmundo Fraga Lopes, o município cometeu um "despautério". O magistrado acrescentou ainda que "só há que se lamentar de tais argumentos, cujo escopo é nitidamente protelatório".

Assim, o acórdão manteve a indenização por danos morais arbitrada pelo juízo de origem, no valor de 40 vezes o último salário do reclamante, que era de R$ 417,56.

Manteve, também, a indenização material deferida "em face da redução da capacidade laborativa, considerando a culpa da recorrente no acidente ocorrido e a presumível estagnação profissional imposta ao trabalhador, mercê da redução da sua capacidade laboral".

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Empregos Grande Vitória

28/02/2011

Semana inicia com quase 3 mil ofertas de emprego no Espírito Santo


Nesta segunda-feira (28), as 11 agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine) vinculadas ao Governo do Estado abrem com 2.636 oportunidades. As vagas estão disponíveis nos municípios de Anchieta, Aracruz, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Guarapari, Linhares, Nova Venécia, São Mateus e Viana.

Viana é a cidade com maior número de oportunidades. São 1.224 chances de empregos em áreas como: operador de telemarketing, ajudante de carga e descarga, carpinteiro, coletor de lixo, entre outras. Em Cariacica, das 983 chances de emprego, cinco vagas são para técnico em enfermagem.

Nos postos do Sine também há oportunidades para os profissionais: eletricista de manutenção predial, caldeireiro de manutenção, oficial de serviços diversos, programador de usinagem, motorista de caminhão, topógrafo, técnico em segurança do trabalho, engenheiro eletricista, engenheiro civil, engenheiro de manutenção elétrica, engenheiro de segurança do trabalho, pedreiro, recepcionista de consultório dentário, entre outras.

A Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEADH) tem a responsabilidade de executar, no Espírito Santo, a Política Pública de Emprego, Trabalho e Renda, tendo como foco o aumento das chances de inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho, por meio das Agências do Trabalhador.

A relação de vagas de emprego está disponível no site da Secretaria (www.setades.es.gov.br).
Endereço e telefones das Agências do Trabalhador:

- Anchieta
Endereço: Rodovia do Sol, 1620, Km 27,5 – Vila Residencial do Rodo Sol, s/nº, Samarco – Ginásio de Esportes – Anchieta/ ES
Telefone: (28) 3536 -3488 /3536-3488 /3536-3662 / 3536-3252

- Aracruz
Endereço: Rua Padre Luiz Parenzi, 737 – Loja 01 – Centro – Aracruz/ES
Telefone: (27) 3256 – 3557 / 3296 – 3615

- Barra de São Francisco
Endereço: Rua Vereador Vantuil Ribeiro Fagundes, nº. 100, Centro - Barra de São Francisco/ ES
Telefone: (27) 3756-5443

- Cachoeiro de Itapemirim
Endereço: Rua Vinte Cinco de março, nº. 71 - Centro – Cachoeiro de Itapemirim/ES
Telefone: (28) 3522 - 3522 / 6946 / 5612 / fax: 3522 –6633 / 3522- 9000

- Cariacica
Endereço: Rua Vale do Rio Doce, nº. 34 – Campo Grande – Cariacica/ES
Telefone: (27) 3136 3134– 336-3133 / 3136 – 3132 Fax: 3344-3148

- Colatina
Endereço: Rua: Marechal Eurico Gaspar Dutra 21 - Colatina/ES
Telefone: (27) 3721- 7102 / fax: 3721-7124

- Guarapari
Endereço: Avenida Santo Antônio, 141 – Muquiçaba – Guarapari/ES
Telefone: (27) 3361 - 4557 / (027) 3161-1890

- Linhares
Endereço: Avenida Governador Lindenberg, 660 – Centro – Linhares/ES
Telefone: (27) 3371- 3476

- Nova Venécia
Endereço: Rua Espírito Santo, nº 85, Beira Rio – Nova Venécia/ES
Telefone: (27) 3752-2830 / 3752- 3400

- São Mateus
Endereço: Praça Anchieta, nº 152 – Centro – São Mateus/ES
Telefone: (27) 3763 – 2717 / 3763 – 2706

- Viana
Endereço: Avenida Central, Quadra 18, Praça 05 – Loteamento Arlindo Vilaschi – Areinha – Viana/ES
Telefone: (27) 3396 – 7428

Mais informações: Folha Vitória

Seguro desemprego



O Seguro-Desemprego é um benefício integrante da seguridade social, garantido pelo art.7º dos Direitos Sociais da Constituição Federal e tem por finalidade prover assistência financeira temporária ao trabalhador dispensado involuntariamente.
Embora previsto na Constituição de 1946, foi introduzido no Brasil no ano de 1986, por intermédio do Decreto-Lei n.º 2.284, de 10 de março de 1986 e regulamentado pelo Decreto n.º 92.608, de 30 abril de 1986.
Após a Constituição de 1988, o benefício do Seguro-Desemprego passou a integrar o Programa do Seguro-Desemprego que tem por objetivo, além de prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, auxiliá-lo na manutenção e busca de emprego, promovendo para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.
O Programa foi criado por intermédio da Lei n.º 7.998, de 11 janeiro de 1990, que também deliberou sobre a fonte de custeio, com a instituição do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, o que permitiu a definição de critérios de concessão do benefício mais acessíveis e mudanças substanciais nas normas para o cálculo dos valores do Seguro-Desemprego.
Essa legislação, também, instituiu o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, constituído por representantes dos empregadores, dos trabalhadores e do governo, responsáveis pela gestão do FAT.
A partir de 20 de dezembro de 1991, por intermédio da Lei nº 8.287, foi criado o Programa Seguro-Desemprego Pescador Artesanal, que se destina ao pagamento do benefício ao Pescador Profissional desde que este, artesanalmente exerça suas atividades de forma individual ou em regime de economia familiar.

Ainda em dezembro/91, o Governo Federal, através da Lei n.º 8.352, de 28 de dezembro de 1991, alterou temporariamente o Programa do Seguro-Desemprego, promovendo a abertura de determinados critérios, visando uma maior abrangência do benefício. É importante frisar que esta abertura, prorrogada através das Leis n.º 8.438 de 30.6.92, n.º 8.561, de 29.12.92, n.º 8.699, de 27.8.93 e n.º 8.845, de 20.1.94, expirou-se em junho/1994.
A partir de 1º de julho de 1994, entrou em vigor a Lei n.º 8.900, de 30 de junho de 1994, que estabeleceu novos critérios diferenciados para a concessão de parcelas do benefício, quais sejam:

I - três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos 36 (trinta e seis) meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego;

II - quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo doze meses e no máximo vinte e três meses, nos 36 (trinta e seis) meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego;
III - cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo vinte e quatro meses, nos 36 (trinta e seis) meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego.

Em caráter excepcional, o CODEFAT poderá deliberar pelo prolongamento do período máximo de concessão, em até dois meses, para grupos específicos de segurados.
Em novembro de 1998, foi instituído pela Medida Provisória n.º 1.726, de 3.11.98 e alterado pelas Medidas Provisórias n.ºs 1.779-6, de 13.1.99, 1.779-7, de 11.2.99 e 1.779-11, de 2.6.99, o pagamento de até 3 parcelas do benefício do Seguro-Desemprego para os trabalhadores em desemprego de longa duração.
Esse benefício vigorou de janeiro até junho de 1999, sendo o valor de cada parcela de R$ 100,00 (cem reais).
Essa mesma medida provisória nº. 1.726 de novembro de 1998, prevê a Bolsa Qualificação, ao trabalhador suspenso, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo, devidamente matriculado em cursos ou programas de qualificação profissional oferecidos pelo empregador.
Em Fevereiro de 2000 o Seguro-desemprego do empregado doméstico foi instituído por intermédio de Medida Provisória nº. 1.986-2, e visa fornecer a assistência temporária ao empregado domestico desempregado, inscrito no Fundo de Garantia de Tempo de Serviço - FGTS, que tenha sido dispensado sem justa causa.

FONTE DE CUSTEIO
A partir da sua criação, pelo Decreto-Lei n.º 2.284, de 10 de março de 1986, as despesas do Seguro-Desemprego correram por conta do Fundo de Assistência ao Desempregado (Lei n.º 6.181, de 11 de dezembro de 1974).
Durante o exercício de 1986, o benefício foi custeado pelos recursos provenientes de créditos suplementares, quais sejam: a) o excesso de arrecadação; b) a anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais autorizados em lei.
Com a promulgação da Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, a fonte de recursos necessários ao pagamento do benefício foi assegurada por meio do redirecionamento das receitas provenientes das contribuições para o Programa de Integração Social - PIS e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP.
Dos recursos que constituem a receita do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, 40% são repassados ao BNDES para aplicação no financiamento em programas de desenvolvimento econômico.
O restante dos recursos são destinados ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, que compreende: o pagamento do benefício do Seguro-Desemprego, inclusive o benefício do Pescador Artesanal, a orientação, a intermediação de mão-de-obra e a qualificação profissional executadas pelos Estados e DF mediante convênios; do Programa de Geração de Emprego e Renda - PROGER; do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF; do Programa de Expansão do Emprego e Melhoria da Qualidade de Vida do Trabalhador - PROEMPREGO e ao pagamento do Abono Salarial do PIS-PASEP.
Mais informações clique aqui: Seguro desemprego

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

A Importância do Sono

Dra. Regeane Trabulsi Cronfli

É um total contra-senso o fato de que, num mundo em que cerca de 16 a 40% das pessoas em geral sofrem de insônia, haja aquelas que, iludidas pelos valores da sociedade industrial, esforçam-se por reduzir o número de horas de sono diário,. Com isso acreditam, provavelmente, que um corpo "treinado" para dormir menos nos permita ampliar o número de "horas úteis" do dia, mantendo o mesmo desempenho.
Pura ilusão ou, mais provavelmente, uma boa dose de ignorância sobre a importância que o sono tem no funcionamento de nosso corpo e da nossa mente.
Dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico: durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que, se alterados,  podem afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e, mesmo, a longo prazo. Estudos provam que quem dorme menos do que o necessário tem menor vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso a infecções, à obesidade, à hipertensão e ao diabetes .
Alguns fatos comprovados por pesquisas podem nos dar uma idéia da importância que tem o sono no nosso desempenho físico e mental. Por exemplo, num estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção. Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque. Igualmente, tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução do metabolismo nas regiões frontais (responsáveis pela capacidade de planejar e de executar tarefas) e no cerebelo (responsável pela coordenação motora). Esse processo leva a dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio.

O sono e os hormônios


A longo prazo, a privação do sono pode comprometer seriamente a saúde, uma vez que é durante o sono que são produzidos alguns hormônios que desempenham papéis vitais no funcionamento de nosso organismo. Por exemplo, o pico de produção do hormônio do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir. 
  
As Fases do Sono


Fase 1Melatonina é liberada, induzindo o sono(sonolência)
Fase 2 Diminuem os ritmos cardíaco e respiratório, (sono leve) relaxam-se os músculos e cai a temperatura corporal
Fases 3 e 4 Pico de liberação do GH e da leptina; cortisol começa (sono profundo) a ser liberado até atingir seu pico, no início da manhã
Sono REMSigla em inglês para movimento rápido dos olhos, é o pico da atividade cerebral, quando ocorrem os sonhos. O relaxamento muscular atinge o máximo, voltam a aumentar as freqüências cardíaca e respiratória


Qual é o papel do GH? Entre outras funções, ele ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a osteoporose. Estudos provam que pessoas que dormem pouco reduzem o tempo de sono profundo e, em conseqüência, a fabricação do hormônio do crescimento.

A leptina, hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado produzem menores quantidades de leptina. Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos.

Com a redução das horas de sono, a probabilidade de desenvolver diabetes também aumenta. A falta de sono inibe a produção de insulina (hormônio que retira o açúcar do sangue) pelo pâncreas, além de elevar a quantidade de cortisol, o hormônio do estresse, que tem efeitos contrários aos da insulina, fazendo com que se eleve a taxa de glicose (açúcar) no sangue, o que pode levar a um estado pré-diabético ou, mesmo, ao diabetes propriamente dito. Num estudo, homens que dormiram apenas quatro horas por noite, durante uma semana, passaram a apresentar intolerância à glicose (estado pré-diabético).

Mas qual é a quantidade ideal de horas de sono? Embora essa necessidade seja uma característica individual, a média da população adulta necessita de 7 a 8 horas de sono diárias. Falando em crianças, é especialmente importante que seja respeitado um período de 9 a 11 horas de sono, uma vez que, quando elas não dormem o suficiente, ficam irritadiças, além de terem comprometimento de seu crescimento (devido ao problema já mencionado sobre a diminuição do hormônio do crescimento), do aprendizado e da concentração.



É na escola que os primeiros sintomas da falta de sono são percebidos. O desempenho cai e a criança pode até ser equivocadamente diagnosticada como hiperativa, em função da irritabilidade e de sua dificuldade de concentração, conseqüentes da falta do sono necessário. 

É no sono REM, quando acontecem os sonhos, que as coisas que foram aprendidas durante o dia são processadas e armazenadas. Se alguém, adulto ou criança, dorme menos que o necessário, sua memória de curto prazo não é adequadamente processada e a pessoa não consegue transformar em conhecimento aquilo que foi aprendido. Em outras palavras: se alguém - adulto ou criança - não dorme o tempo necessário, tem muita dificuldade para aprender coisas novas.

Riscos provocados pela falta de sono a curto prazocansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração.


Riscos provocados pela falta de sono a longo prazo: falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória. 
  
Conselhos para Dormir Melhor

  • À noite, procure comer somente alimentos de fácil digestão e não exagerar nas quantidades
    Evite tomar café, chás com cafeína (como chá-preto e chá-mate) e refrigerantes derivados da cola, pois todos são estimulantes ("despertam").
  • Evite dormir com a TV ligada, uma vez que isso impede que você chegue à fase de sono profundo.
  • Apague todas as luzes, inclusive a do abajur, do corredor e do banheiro
  • Vede bem as janelas para não ser acordado(a) pela luz da manhã
  • Não leve livros estimulantes nem trabalho para a cama
  • Procure usar colchões confortáveis e silenciosos
  • Tire da cabeceira o telefone celular e relógios
  • Tome um banho quente, de preferência na banheira, para ajudar a relaxar, antes de ir dormir
  • Procure seguir uma rotina à hora de dormir, isso ajuda a induzir o sono

A Autora


Dra. Regeane Trabulsi Cronfli, médica formada pela Faculdade de Medicina da USP, especialista em Endocrinologia e Metabologia. 

Tel. (11)3862-9351.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

CONTROLE E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

Hoje, com o desenvolver das tecnologias e processos de trabalho, é muito difícil pensar em trabalho sem segurança, sem proteção.

Desde os primórdios, o homem busca aliar o trabalho com eficiência, praticidade, redução de custos e isto muitas vezes sem a devida precaução com as medidas de segurança, acontecia no passado na revolução industrial na Inglaterra particularmente, acontecia nas grandes construções ou grandes projetos, que ocorreram no mundo, e não é raro nos noticiários de hoje, vermos pessoas morrendo, sendo mutiladas, ficando incapacitadas por trabalharem sem a técnica devida, sabendo que para qualquer trabalho, existe a técnica adequada para realizá-lo com eficiência e segurança.

E com isto surge uma grande preocupação: Como manter a qualidade do trabalho, mantendo um nível de segurança adequado para o trabalhador?

Essa questão passa além das medidas de controle, antecipação, de fazermos procedimentos adequados para a execução da tarefa, na compra, uso e controle dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e dos equipamentos de proteção coletiva (EPCs), sendo este último tópico, o mais difícil de ser monitorado e o que as empresas mais pecam, pois muitas empresas apenas focam na entrega dos EPIs, pedem para o funcionário assinar a guia de recebimento dos EPIs e daí para frente é com o funcionário, sendo que este não deveria ser o foco. 

E o que acontece na maioria das vezes é a deterioração dos EPIs e EPCs, pois os gestores não se preocupam em manter uma política de manutenção destes equipamentos, e o que pode acontecer, além da perda dos equipamentos precocemente e possibilidade de ter um acidente em potencial, isto quando a empresa se preocupa com esta questão. Pois muitas só se preocuparão, quando um sinistro acontecer, como uma quebra de um braço, e nos casos piores: a morte do trabalhador. Muitas só se preocupam com quebra de equipamentos, seguir o planejamento, as medições e a segurança, fica em terceiro, quarto plano.

Usar um cinto de segurança defeituoso, ou que já tenha sido solicitado, no caso de um acidente, é mais comum do que pensamos, isto é só um dos exemplos que podemos dar, poderíamos citar EPCs fora da validade, com laudos vencidos, sem a sua devida proteção, viraram mais equipamentos de estimação do que equipamentos de proteção.

E com isso as estatísticas de acidentes no Brasil crescem de maneira absurda, mais muitas vezes uma simples gestão na qualidade dos equipamentos, poderia em muito trazer uma diminuição nestas estatísticas e na redução dos gastos com materiais, com a previdência social, seguros e evitando que famílias sejam degradadas por motivos que poderiam ser evitados.


Fonte: 

CONTROLE E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

Monografia para a titularização em Engenharia de Segurança do Trabalho 

Autor: Alex Nascimento - Engenheiro de Segurança do Trabalho



Nós da Safety, produzimos seu plano de gestão de EPI e EPC.

Mais informações entrem em contato:

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Assédio moral

O que é assédio moral?

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.

A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social, foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título "Uma jornada de humilhações".

A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo.

Em agosto do mesmo ano, foi publicado no Brasil o livro de Marie France Hirigoyen "Harcèlement Moral: la violence perverse au quotidien". O livro foi traduzido pela Editora Bertrand Brasil, com o título Assédio moral: a violência perversa no cotidiano.

Atualmente existem mais de 80 projetos de lei em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o Rio de Janeiro, que, desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei.

O que é humilhação?
Conceito: É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.


E o que é assédio moral no trabalho?

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras,repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.

Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe:
  1. repetição sistemática
  2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
  3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
  4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
  5. degradação deliberada das condições de trabalho
Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos.

O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador: ’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental (*), que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal estar na globalização", onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.

(*) ver texto da OIT sobre o assunto no link:


Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS

Ângela Cristina Lopes

Atualmente, aumentam mundialmente e, em particular no Brasil os números de casos e a gravidade das denominadas "intoxicações e envenenamentos". Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, em torno de 3% da população urbana, nos países em desenvolvimento, é afetada, anualmente, por estes tipos de acidentes.
A utillização crescente e abusiva de substâncias químicas não acompanhada de precauções e cuidados necessários, vem causando sérios problemas de saúde às pessoas expostas, usuários desses produtos, na zona rural, rodovias, no ambiente doméstico, nas escolas, nos locais de trabalho, configurando um alto risco para a saúde.
Com relação ao registro dos acidentes, podemos dizer que estão subnotificados, uma vez que nem sempre a vítima é levada para atendimento em centros de referência e, portanto, não refletem a amplitude do problema. Diante da seriedade dos acidentes, cabe-nos, enquanto profissionais de saúde, conscientizarmos as pessoas dos riscos e trabalharmos, sobretudo, visando a prevenção.
A Toxicologia é a "ciência dos efeitos adversos de substâncias químicas sobre os organismos vivos"(Godmam & Gilman) ou ainda "a ciência que define os limites de segurança dos agentes químicos, entendendo-se como segurança a probabilidade de uma substância não produzir danos em condições específicas" (Casarett). Paracelsus (1493-1541) já dizia "todas as substâncias são venenos, não há nenhuma que não o seja. A dose correta determina o remédio e o veneno". Doses gradativas de uma droga dada a um indivíduo geralmente provocam magnitude de resposta aumentada à medida que as doses são elevadas.
As intoxicações são causadas pela ingestão, aspiração ou introdução no organismo, acidental ou não, de substâncias tóxicas, como entorpecentes, medicamentos, produtos químicos utilizados em laboratório e limpeza, alimentos deteriorados, venenos, gases tóxicos. Elas podem ser subdivididas de acordo com o tempo de ocorrência: aguda (até 24 horas do acidente), sub-agudas ( os primeiros dias após) e, seguidamente sub-crônicas ( até um mês) e crônicas ,exposição a determinada substância durante longo tempo, resultando em acumulação do composto no corpo (metais, como o chumbo, por exemplo).
Diante de uma intoxicação, O QUE FAZER?

Em primeiro lugar, a preocupação deve ser com a MANUTENÇÃO DAS FUNÇÕES VITAIS, proceder as técnicas do Suporte Básico de Vida, tendo em vista a estabilização do paciente:
  • A desobstrução de vias aéreas, aspiração de secreções, retirada de corpos estranhos, traqueostomia e outras medidas se necessárias.
  • Manutenção da respiração, ventilação e entubação (se necessário)
  • Manutenção da circulação, promovendo a estabilização hemodinâmica, obter acessos venosos, coletando sangue para exames laboratoriais de rotina e específicos.
  • Tratamento sintomático e específico, monitorização, seguimento.
É de fundamental importância a OBTENÇÃO DA HISTÓRIA CLÍNICA, a idade e sexo, o conhecimento da substância causadora da intoxicação (embalagens e vidros vazios próximos, substâncias, medicações no local, atividade profissional, uso de drogas), quantidade, há quanto tempo, via de exposição, avaliação do estado geral (estado neurológico especialmente) condição física e psíquica, primeiras medidas que foram tomadas.
Em seguida, a DESCONTAMINAÇÃO, com o objetivo de diminuir a absorção, aumentar a eliminação. A emese pode ser realizada no local, ser utilizada para remoção de grandes partículas.Está CONTRA-INDICADA na ingestão de produtos corrosivos (ácidos, amoníaco, soda cáustica), quando o paciente estiver comatoso, pelo risco de broncoaspiração de conteúdo gástrico. Também não deve ser estimulada quando da ingestão de estimuladores do sistema nervoso central, podendo precipitar convulsões. Os destilados de petróleo, podem causar pneumonite química se aspirado, podem haver grandes complicações se induzida em crianças menores de 1 ano de idade.
A lavagem gástrica é realizada através da inserção de uma sonda naso-gástrica calibrosa e introdução de solução (soro fisiológico 0,9%) até retorno límpido. Pode-se enviar o conteúdo gástrico para análise.
É largamente utilizado a adsorção química, através do carvão ativado que interrompe a circulação êntero-hepática das drogas e intensifica a velocidade de difusão da substância química do corpo para o trato gastro-intestinal. Pode causar uma redução da motilidade intestinal. Logo após utiliza-se um catártico osmótico (sulfato de sódio, sorbitol) que minimiza a absorção acelerando a passagem do tóxico pelo organismo.
A seqüência do tratamento específico é a administração de ANTÍDOTOS contra o toxicante, cujo efeito oposto, pode agir através da formação de complexos inertes, neutralizando o tóxico, competindo com o tóxico pelo alvo e corrigindo os efeitos tóxicos.

CONSIDERAR SEMPRE, EM RELAÇÃO À SUBSTÂNCIA UTILIZADA:
  • Dose terapêutica e dose tóxica
  • Ligação protéica
  • Pico de ação
  • Via de eliminação e meia-vida
  • Volume de distribuição
  • Nível sérico.
INTOXICAÇÕES POR GASES
Ocorrem com maior freqüência em minas, poços de petróleo, garagens, locais fechados e mal ventilados. Os gases podem formar compostos ligados a hemoglobina, impedindo a oxigenação do sangue (monóxido de carbono, por exemplo). O gás cloro ou gás anidro sulforoso também determinam graves intoxicações.
A conduta básica nestes acidentes é:
  • Retirar o acidentado do local, levando-o para o ar livre, deve-se tomar cuidado para que o socorrista não acabe intoxicado também, utilizando proteção
  • Afrouxar roupas
  • Repouso albsoluto
  • Medidas de manutenção das funções vitais
INTOXICAÇÕES POR ÁCIDOS E ÁLCALIS FORTES
Tais intoxicações são comuns em acidentes com crianças menores de cinco anos e em tentativas de suicídio (hipocloritos, água de lavadeira, soda cáustica, removedores), produzem lesões na boca, língua, esôfago e estômago. O que fazer?
  • Não provoque vômito se ingerido, nunca devem ser passadas sondas nasogástricas pelo risco de perfuração.Pode-se dar um demulcente (protetor de mucosa), como gelatina dissolvida em água ou clara de ovo
  • Se o produto atingiu regiões de mucosa mais sensível, lave cuidadosamente com água corrente
  • Se a criança ou outra pessoa manipulou o produto, deve-se lavar as mãos e dedos para previnir contato com outras regiões (olhos, por exemplo)
  • Requerem ação rápida para evitar as complicações agudas; a endoscopia precoce é de crucial importância para avaliar a extensão da lesão, sendo um método seguro para definição de condutas e prognóstico.
 INTOXICAÇÕES POR METAIS
As intoxicações agudas por metais (chumbo, por exemplo) apresentam sintomas gastro-intestinais mais significativos, além de mialgia generalizada, encefalopatia. São geralmentes acidentes de trabalho pela utilizaçãode pigmentos em cerâmicas, tinturas de cabelo (não utizadas mais), compostos adicionados à gasolina, baterias, certos tipos de solda. São encontradas também intoxicações por arsênico, mercúrio e fósforo.
O tratamento consiste na avaliação rigorosa dos sinais e sintomas, hidratação adequada, controle sintomático, avaliação de função hepática e renal, e especificamente, a administração de quelantes (EDTA de sódio ou cálcio, Dimercaprol, Penicilamina). Podem ser realizados exames complementares de dosagem do metal sérico ou urina.

INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS
Os agrotóxicos ou defensivos agrícolas são substâncias que vêm sendo cada vez mais utilizadas na agricultura e na saúde pública, podendo ou não oferecer perigo para o homem, dependendo da toxicidade, do grau de contaminação e o tempo de exposição durante sua aplicação. Assim, o principal problema está na sua utilização indiscriminada, sem qualquer preocupação com a segurança.
A questão da segurança não deve se restringir aos que manuseiam os agrotóxicos, aplicando-se também aos operários que os fabricam, às pessoas que os transportam e à população que consomen os produtos nos quais foram utilizados. Tais substâncias além de não apresentarem especificidade para determinada praga (eliminam o nocivo e o útil) poluem o ambiente (persistem no solo por vários anos) e, posteriormente, acumulam-se no homem e em animais.
A contaminação humana por agrotóxicos se dá por via direta (operários das indústrias de síntese, manipuladores e aplicadores) e por via indireta (população exposta). Os principais agentes de intoxicação entre os praguicidas são os inseticidas usados na agricultura, em ambientes domésticos e públicos, classificados em três grandes grupos: os organoclorados, os inibidores da colinesterase (organofosforados e carbamatos) e as piretrinas naturais e sintéticas.
A exposição a organofosforados é um problema que pode atingir boa parte da sociedade, desde os grupos mais expostos (operários, formuladores, aplicadores na agricultura ou no controle de vetores), até a população em geral, pelo uso doméstico destes produtos, pelo uso inadequado, pela proximidade a campos de cultura ou pelo consumo de alimentos contaminados. Logo, precauções devem ser tomadas para previnir não somente quadros de intoxicação aguda, mas também controlar a absorção de repetidas doses por longo tempo Sua principal ação farmacológica é a inibição da enzima acetilcolinesterase com conseqüente acúmulo de acetilcolina nas terminações nervosas. Na intoxicação, os efeitos manifestados inicialmente são muscarínicos: miose, sudorese, aumento das secreções brônquicas, salivação, lacrimejamento, vômitos, náuseas e diarréia, bradicardia e dores abdominais. Em seguida, os nicotínicos, quando diminui a severidade dos anteriores, manifestados por: tremores e cãimbras, hipertensão arterial, fasciculação muscular e flacidez, eventualmente morte por parada repiratória ou edema pulmonar.
Dentre os efeitos a longo prazo na exposição a estes compostos, o de maior ocorrência é o aparecimento de neuropatia periférica tardia, além de cefaléia, fraqueza, alteração de memória e de sono, anorexia, fadiga fácil, tremores, nistagmo.
O tratamento geral consiste na manutenção das funções vitais, seguida pela descontaminação com lavagem gástrica, até 6 a 8 horas após a ocorrência, até retorno límpido, caso haja ingestão, (retirar roupas e lavar as áreas atingidas, se exposição dérmica e respiratória) administrar carvão ativado 1grama por quilo de peso (máximo 50g), além de catártico. Especificamente, é utilizada a atropina que apresenta ação anticolinérgica e antimuscarínica e atua como tratamento sintomático, somente deve ser administrado nos quadros onde os sintomas muscarínicos são bem evidentes. Os exames laboratoriais complementares são a dosagem de atividade das colinesterases e a cromatografia em camada delgada (CCD), muito utilizado em toxicologia por ser um método físico-químicode separação de compostos e identificação através de comparação com padrões. A amostra pode ser conteúdo gástrico ou 1 ml de sangue com anticoagulante, o objetivo é confirmar a presença do agente tóxico.
Os piretróides quando ingeridos causam irritação e dor epigástrica, náuseas, vômitos, sonolência, fadiga, fraqueza, parestesia, visão turva, sudorese, dor torácica, pneumonites, fasciculações musculares, convulsões. Quando inalados ocasionam coriza, congestão nasal, irritação da orofaringe, reações de hipersensibilidade e no contato com a pele, queimação, prurido, hipersensibilidade e efeitos sistêmicos.O tratamento engloba as medidas de ordem geral: manutenção das funções vitais, medidas de descontaminação, se ingestão, proceder a lavagem gástrica, carvão ativado e catárticos; se derramamento nos olhos, deve ser realizada lavagem ocular cuidadosamente, se contato dérmico: lavagem corporal.

INTOXICAÇÕES POR PLANTAS
A intoxicação aguda por plantas, embora de incidência universal, sua distribuição e intensidade assumem aspectos regionais, quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de alguma de suas partes que é tóxica. Muitas vezes, a criança ingere ou manuseia uma planta tóxica levada por sua natural curiosidade e pelas suas características psicológicas de explorar o ambiente, também pelo desconhecimento do perigo de certas espécies.
Podem haver, ainda, a utilização de plantas venenosas para a alimentação, como por exemplo a mandioca-brava (cujo princípio tóxico é mais concentrado nas folhas e raiz). Tal ingestão determina um quadro de intoxicação cianídrica, com elevada mortalidade. O tratamento exige atendimento rápido em centros de referência, consiste em administração de nitritos, visando a formação de metemoglobina, que combina-se com o cianeto formando cianometemoglobina, praticamente atóxica. Administra-se a seguir hipossulfito de Sódio 25% que reagem com os radicais ciaídricos formando tiocianatos (Kit Cianeto).
Plantas ornamentais como "comigo ninguém pode", que são comumente causadoras de acidentes, causam grande irritação de mucosas, pela presença de ráfides de oxalato de cálcio: edema de lábios, dor em queimação, sialorréia, disfagia, afonia, cólicas abdominais, náuseas e vômitos. O tratamento é sintomático, podendo ser administrado um protetor de mucosa, como gelatina dissolvida ou clara de ovo.
A sugestão é previnir acidentes, tomando cuidados no manuseio de plantas, bem como alertar as pessoas para a utilização criteriosa, visto que as propriedades de alguns vegetais sofrem a influência de grande número de fatores e que morfologicamente é muito difícil distinguir a variedade tóxica da atóxica e que em certas, condições, esta pode apresentar as propriedades daquela e vice-versa. De maneira geral, as plantas podem produzir distúrbios digestivos, cutâneo-mucosos, alergias respiratórias e ser utilizadas como alucinógenos.É importante ressaltar alguns pontos para evitar acidentes;
  • Conhecer as plantas perigosas da região, da casa e do quintal, pelo aspecto e nome
  • Não comer plantas selvagens, inclusive cogumelos, a não ser que sejam bem identificados
  • Conservar plantas, sementes, frutos e bulbos longe do alcance de crianças pequenas
  • Ensinar as crianças, o mais cedo possível, a não pôr na boca plantas ou suas partes, alertando-as sobre os perigos em potencial das plantas tóxicas
  • Não permitir nas crianças o hábito de chupar ou mascar folhas, sementes, ou qualquer parte de plantas
  • Identificar a planta antes de comer seus frutos, não baseando-se na observação de aves ou insetos que a consomem, para saber se ela é tóxica
  • Nem sempre o aquecimento ou cozimento destroem a substância tóxica
  • Não fazer nem tomar remédios caseiros com plantas indiscriminadamente

A autora é bolsista de Iniciação Científica do Programa PIBIC/CNPq/PRP - UNICAMP 
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Baena de Moraes Lopes


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